JUSTIÇA ORGANIZACIONAL, INSTITUIÇÕES E SATISFAÇÃO NO TRABALHO
uma análise em uma empresa do setor aéreo
Palavras-chave:
justiça organizacional, institucionalismo, satisfação no trabalhoResumo
Diante das mudanças institucionais dentro das organizações, a busca pela satisfação dos funcionários, entendida tanto como um fator instrumental ao sucesso empresarial quanto como um elemento de dignidade per se, torna-se um desafio inerente à gestão de pessoas. Sendo assim, este artigo tem dois objetivos: primeiro, mostrar, através de uma revisão e análise teórica, que a multidimensionalidade da justiça organizacional é um elemento fundamental da percepção que os trabalhadores têm sobre sua condição, tanto sob uma visão cognitiva quanto institucionalista; segundo, avaliar, por meio da aplicação de um questionário, como as dimensões distributivas, procedimentais e interacionais da justiça são percebidas por funcionários da base de manutenção de uma companhia aérea, bem como verificar a relação dessas dimensões com sua satisfação em relação ao trabalho e à organização. Os resultados empíricos indicam que há uma correlação positiva entre as três dimensões da justiça organizacional e que a percepção de justiça também influencia positivamente a satisfação no trabalho.Referências
ADAMS, J.S. Inequity in social Exchange. Advances in experimental social psichology. v.2, p.267-299, 1965.
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL [ANAC]. 2013. Relatório anual da Segurança Operacional. Disponível em: <https://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/gerenciamento-da-seguranca-operacional/arquivos/raso_2013.pdf/view>. Acesso em: 30 ago. 2020.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES). 2003. A reestruturação do setor aéreo e as alternativas de política para a aviação comercial no Brasil. Disponível em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/11575/1/RB%2019%20A%20Reestrutura%C3%A7%C3%A3o%20do%20Setor%20A%C3%A9reo%20e%20as%20Alternativas%20de%20Pol%C3%ADtica%20para%20a%20Avia%C3%A7%C3%A3o%20Comercial%20no%20Brasil_P_BD.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2020.
BIES, R.J. Interactional (in)justice: The sacred and the profane. Advances in organizacional justice. Stanford University Press, 2001.
BIES, R.J.; SHAPIRO, D. I. Interactional fairness judgments: The influence on procedural fairness judments. Social Justice Research, v.1, p.199-218, 1987.
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. Paz e Terra, 1999.
COLQUITT, J. A.; SCOTT, B.; RODELL, J.; LONG, D.; ZAPATA, C.; CONLON, D.; WESSON, M. Justice at the millennium, a decade latter: a meta-analytic test of social exchange and affect-based perspectives. Journal of Applied Psychology, v.98(2), p.199-236, 2013.
CROPANZANO, R.; GREENBERG, J. Progress in organizational justice: trenneling through the maze. Em: COOPER, C.; ROBERTSON, I. (Orgs.) International review of industrial and organizational psychology. New York: John Wiley and Sons, 1997.
CROPANZANO, R.; BOWEN, D.; GILLILAND, S. The management of organizational justice. Academy of Management Perspectives, v.21(4), p.34-48, 2007.
DELA COLETA, J. A.; SIQUEIRA, M. Situações de iniquidade no trabalho: preferência por soluções cognitivas e comportamentais. Arquivos Brasileiros de Psicologia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1986.
DEQUECH, D. Institutions, Social Norms, and Decision-Theoretic Norms. Journal of Economic Behavior & Organization, v.72, p.70-78, 2009.
DEQUECH, D. Economic Instituitions: Explanation for Conformity and Room for Deviation. Journal of Institutional Economics, v.9(1): 81-108, 2013.
DEUSTCH, M. Distributive justice: A social-psychological perspective. New Haven, 1985.
DIMAGGIO, P.J.; POWELL, W. W. The New Institutionalism in Organizational Analysis. London: Sage, 1991.
DONG, L. N.; PHUONG, N. N. Organizational justice, job satisfaction and organizational citizenship behavior in higher education institutions: a research proposition in Vietnam. Journal of Asian Finance and Business, v.5(3), p.113-119, 2018.
FEATHER, N.T. Reactions to penalties for an offense in relation to authoritarianism, values, perceived responsability, perceived seriousness and deservingness. Journal of Personality and Social Psychology, v.71(3), p.571-587, 1996.
FILENGA, D.; SIQUEIRA, M. O impacto de percepções de justiça em três bases de comprometimento organizacional. Revista de Administração – RAUSP, v.41(4), p.431-441, 2006.
FOLGER, R. Distributive and Procedural Justice: Combined Impact of Voice and Improvement on Experienced Inequity. Journal of Personality and Social Psychology v.35(2), p.108-119, 1977.
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1997.
GOMIDE JR., S. Antecedentes e consequentes das percepções de justiça no trabalho. Tese de doutorado não publicada, Instituto de Psicologia, Universidade de Brasilia. Brasilia, 1999.
GREENBERG, J. Organizational Justice: yesterday, today and tomorrow. Journal of Management, v.16, p.399-432, 1990.
GREENBERG, J. The social side of fairness: interpersonal and informational classes of organization justice. Em: CROPANZANO, R. (Org.), Series in Applied Psychology. Justice in the workplace: approaching fairness in human resource management. Lawrence Erlbaum Associates, 1993.
HODGSON, G. O que são instituições? Em: Salles, A.; Pessali, H.; Fernandez, R. (Orgs.), Economia Institucional: fundamentos teóricos e históricos. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
HOFSTED, G. Culture’s consequence: international diferences in work-related values. London: Sage, 1980.
MAXIMIANO, A. C. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2000.
ODELIUS, C.; SANTOS, A. Percepção de justiça organizacional de sistemas de remuneração em organizações públicas. Revista Alcance, v.15(2), p.226-242, 2008.
OLIVEIRA, A. V. Transporte aéreo: economia e políticas públicas. São Paulo: Pezco, 2009.
PAAUWE, J.; BOSELIE, P.. Challeging ‘Strategic HRM’ and the relevance of the institutional setting. Human Resource Management Journal, v.13(3), p.56-70, 2003.
PATTO, M. H. S. Introdução à Psicologia Escolar. Florianópolis: Casa, 1997.
PAZ, M. G. Avaliação de desempenho: Uma revisão da literatura. Cadernos de Psicologia, v.1, p.91-104, 1997.
RAWLS, J. A theory of justice. Cambridge: Harvard University Press, 1997.
REGO, A. Justiça e comportamentos da cidadania nas organizações: Uma abordagem sem tabus. Lisboa: Sílabo Edições 2000.
REGO, A. Comprometimento afetivo dos membros organizacionais: o papel das percepções de justiça. Revista de Administração Contemporânea, v.6, p.209-241, 2002.
SARTORIS, A. Estatística e introdução à econometria. São Paulo: Saraiva, 2003.
TAMAYO, A.; SCHWARTZ, S. Estrutura motivacional dos valores humanos. Psicologia: teoria e pesquisa, v.9(2), p.329-348, 2013.
THIBAULT, J.; WALKER, L. Procedural Justice: a psychological analysis. London: Lawrence Erlbaum, 1975.
WALSTER, F.; BERSCHEID, F.; WALTER, G. New directions in equity research. Journal of Personality and Social Psychology v.25, p.151-176, 1973.
WRIGHT, P. M.; MCMAHAN, G. C. Theoretical Perspectives for Strategic Human Resource Management. Journal of Management, v.18(2), p.295-320, 1992.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Declaro que os conteúdos apresentados nos artigos são de minha autoria e tenho total responsabilidade sobre os mesmos, os quais estou cedendo os direitos autorais ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFRN, para fins de divulgação científica na Revista Interface.
Os artigos publicados são de responsabilidade dos autores não representando, necessariamente, a opinião da revista. A reprodução dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada a fonte.